Já se passou uma semana e nada de notícias da Suzane, começo até a ficar bastante preocupado. Eu sei que se ela em vez de me mandar aquela carta pelo Daniel se tivesse despedido pessoalmente de mim eu acho que a teria obrigado a ficar ou então iria com ela, mas tal como o Daniel já me disse imensas vezes (cheguei até a pensar coser-lhe a boca para ele se calar), ela precisa de um tempo sozinha. Mas uma semana já não é tempo suficiente? Ainda para mais lá naquele país, isso só lhe pode fazer mal.
São quatro da amanhã e eu ainda não consegui pregar olho, tem sido assim durante esta semana toda, começo a sentir-me bastante cansado mas não consigo dormir, os pesadelos perseguem-me. Ouvi agora batidas na janela do quarto, quando abri a janela para ver o que era, uma grande coruja entrou, pousou uma carta em cima da mesa ao fundo do quarto e voltou a sair. Tudo isto enquanto eu ficava parado a tentar perceber de quem poderia ser aquela coruja até que finalmente se fez luz no meu cérebro e eu corri para a mesa.
Peguei na carta e rasguei o envelope, já não aguentava mais a expectativa, só poderia ser uma carta da Suzane.
Caro Malfoy,
Começo já por avisar que não é necessária uma resposta a esta carta. Tenho a certeza que estarás muito preocupado com a Suzane mas não é preciso, ela está bem (dentro do possível é claro).
Não precisas ir para a Bulgária porque ela já não está lá mas como é óbvio eu não irei dizer onde estamos.
Foi uma grande irresponsabilidade dela ir à Bulgária desarmada e ainda pior sozinha. Afinal ela tem vários inimigos lá. Mas eu não sou um inimigo, pelo menos enquanto ela me obedecer.
É verdade, ainda nem sequer me apresentei, o meu nome é Ivan Hristov. Há muito tempo que queria a Suzane para mim (eu acho que me percebes) mas ela nunca me deu oportunidade de me aproximar. Agora que a vi tão indefesa não consegui resistir.
Provavelmente não a voltarás a ver, por isso conforma-te.
Cumprimentos
Ivan Hristov
Amassei aquela carta. Estava furioso. Quem é que aquele idiota pensa que é para me roubar a Suzane. Raios, eu vou mata-lo. Ele não sabe com quem acabou de se meter.
Vesti uma roupa qualquer à pressa, agarrei na minha varinha e saí do quarto. A minha ideia era ir procurar a Suzane mas não sabia onde ela podia estar. Decidi ir pedir ajuda ao Potter, afinal ela era prima dele, e claro que o Daniel não iria ficar para trás.
Entrei no quarto do Potter sem nem sequer bater à porta.
- Acorda! – Gritei enquanto lhe atirava um sapato para cima.
O coitado acordou de um salto a pensar que estava ser atacado, poderia até ser divertido não fosse a situação em que estávamos.
- Mas… Estás maluco? – Ele gritou ao mesmo tempo em que colocava os óculos.
- A Suzane foi raptada. – Foi a única coisa que disse enquanto lhe atirava a carta amassada e saía para ir acordar o Daniel.
Assim que cheguei ao quarto do Daniel fiz o mesmo, berrei e atirei-lhe um sapato. A reacção dele foi igual à do Potter, tal como eu esperava. Nesse momento já o Potter estava atrás de mim e tinha atirado a carta para que o Daniel pudesse também ler.
- E então o que vamos fazer? – Perguntei olhando para o Potter que estava com um ar bastante pensativo.
- É melhor pedir ajuda à Hermione. – O Potter falou enquanto se dirigia ao andar de baixo, provavelmente para enviar uma coruja à Granger ou então falar pela lareira.
Fosse qual fosse o método de comunicação, a Granger era a melhor escolha para o momento, tinha de admitir que ela era bastante inteligente e agora alguém com cabeça fria para pensar em alguma coisa era bem-vinda.
Voltei o meu olhar para o Daniel, ele estava pior que uma estátua e murmurava alguma coisa sem parar. Conhecia-o bem e por isso supôs que ele se estaria a culpar por ter incentivado a Suzane a ir sozinha. Mesmo eu via que a culpa não era dele, ela era teimosa, mesmo que insistíssemos ela levaria sempre a sua avante, não adiantava nada ele sentir-se culpado agora.
- A culpa não é tua, Daniel. – Ele olhou para mim e sorriu, de certeza que era um sorrisinho falso mas era melhor que nada.
Descemos os dois ao encontro do Potter que estava sentado em frente à lareira a falar com a Granger.
- Hum em primeiro lugar temos de descobrir quem é esse Ivan Hristov. – Ela parecia estar mais a falar para ela do que para nós. – É melhor irmos até à Bulgária, falamos com alguém que conheça os dois. Talvez o Viktor seja uma boa escolha, afinal eles devem ter andado juntos na escola.
- E porque não falamos com o director da escola? – Sugeriu o Daniel. – Ela ia lá para falar com ele, é provável que ele tenha sido a última pessoa a vê-la. Antes daquele idiota claro.
Ficamos mais alguns minutos a planear o que faríamos até que o Potter foi enviar uma coruja para os Weasley e entretanto a Granger apareceu na nossa sala com uma malinha que se eu não soubesse que ela a tinha expandido por dentro diria que ela era doida em levar aquela malinha minúscula (era um costume dela, já me tinha habituado a vê-la tirar coisas do tamanho dela daquela malinha onde só caberiam uns óculos se ela fosse muggle).
Tivemos de esperar até ao sol raiar para pudermos partir os seis para o Ministério da Magia e irmos para a Bulgária. Todos nós estávamos nervosos com o que poderia estar a acontecer com a Suzane, afinal ela estava desarmada e esteve muitos anos longe da magia. Perguntava-me se ela ainda tinha aquele poder estranho que vi quando ela descobriu o que a Pansy fez com o diário dela.
(Continua)
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