Um Plano de Vingança - 11. Adeus


Os meses foram passando e Junho finalmente chegou. Os exames estavam feitos, eu estava mais feliz que nunca com Draco. Tinha conseguido convencer Draco, Daniel, Harry, Ron, Ginny e Hermione a darem-se todos bem, não era algo fácil para eles mas com o passar dos meses foram conseguindo alguns progressos. A Parkinson tinha deixado de chatear, mantinha-se afastada, mas eu não estava a gostar muito disso.
No dia da partida para férias (eu iria para casa do Harry) o dia amanheceu cinzento e isso deu-me um mau presságio, não era normal naquela altura do ano. Levantei-me e fui ter com Draco e Daniel que como de costume estavam à minha espera no salão comum. Fomos até ao Salão Principal tomar o pequeno-almoço e depois íamos seguir para o Expresso. Encontramos Harry, Ron, Ginny e Hermione no caminho e fomos juntos até à estação.
- Não acham que isto está tudo muito silencioso? – Pergunta Harry quando já tínhamos saído dos terrenos de Hogwarts. – Não se ouve nem os animais.
Todos ficamos em silêncio a tentar ouvir qualquer baralho até que eu olho o horizonte e falo com calma.
- É o silêncio que antecede a tempestade. E a tempestade não vai demorar a chegar a nós.
Mal eu termino de falar começamos a ouvir gritos vindos da estação de Hogsmeade e sem pensar duas vezes corremos até lá. Quando lá chegamos aquilo estava uma confusão. Alunos a correr e a gritar, pessoas encapuzadas e de negro a aparecer de todas as direcções. Um ataque. Foi tudo o que eu consegui pensar antes que alguns feitiços começassem a ser lançados.
Tudo foi muito rápido, num momento estávamos os sete juntos, no momento seguinte tínhamo-nos separado e ido ajudar os alunos mais novos a fugir. Eu tinha perdido os outros de vista, desvia-me de todos os feitiços que eram lançados contra mim, ia apanhando pedras pelo caminho que transformava em botões de transporte e entregava aos alunos que eram imediatamente enviados para os terrenos de Hogwarts. No meio de toda aquela confusão vi uma rapariga que não devia ter mais de 12 anos a ser encurralada do outro lado da linha por um homem de aparência horrível que reconheci devido a algumas fotografias dos jornais antigos, era Fenrir Greyback
Corri e saltei para a outra plataforma, assim que pousei do outro lado já não tinha a minha aparência. Já não era a rapariga de longos cabelos negros e olhos azuis, mas sim uma pantera negra de olhos azuis. Era a única hipótese de lutar contra aquele monstro. Quando lá cheguei ele olhou para mim e começou a vir na minha direcção, aquilo seria uma luta corpo a corpo, eu já não duvidava disso. Ele atirou-se na minha direcção e eu atirei-me a ele. Consegui atira-lo ao chão mas ele levantou-se rapidamente e voltou a atacar-me. Lutamos durante algum tempo mas depois ele desviou o seu alvo e a única coisa que eu consegui pensar no momento em que me atirava para a frente do Harry era que ia morrer a salvar a única família de sangue que me restava. Fui acertada por um feitiço que me atirou para uma falésia que tinha do outro lado da estação, a última coisa que me lembro antes de ver tudo escuro foi de uma dor forte na cabeça e um líquido quente escorrer-me pela face e alguém gritar o meu nome.

DRACO

Isto estava uma grande confusão, crianças a correr e a gritar, Devoradores da Morte a chegar por todos os lados. No meio de tudo aquilo separei-me dos outros e ajudei as crianças mais novas a fugir, vi Suzane a apanhar pedras, apontar-lhes a varinha e dá-las às crianças que desapareciam instantaneamente. Não pude deixar de sorrir, como é que ela se poderia lembrar de fazer botões de transporte no meio de uma guerra. De repente perdi-a de vista para logo a ver saltar para o outro lado da plataforma e pousar no chão na forma de uma pantera negra.
- Então sempre conseguiste ser uma animagus. – Pensei comigo próprio e corri até lá para a ajudar.
Vi o Potter ir para lá também e depois aconteceu algo muito rápido. O Greyback lutava com a Suzane mas quando viu o Potter mudou de alvo e lançou um feitiço na direcção do Potter mas quem foi atingida foi a Suzane que se atirou para a frente dele. Quando o feitiço a atingiu ela mudou para a sua forma humana mas não a vi por muito mais tempo, ela caiu na falésia que ficava atrás da estação.
- Suzane. – Gritei e corri para lá o mais rápido que pude. Assim que lá cheguei fui agarrado pelo Potter. – Larga-me. – Gritava-lhe tentado me soltar mas sem conseguir.
- Não podemos fazer nada. Ela desapareceu no rio. Não podes atirar-te também.
Eu olhei para ele furioso. Como assim não podia fazer nada? Eu não podia simplesmente deixa-la morrer. Então olhei para os olhos verdes dele, ele estava a chorar, ele sofria tanto quanto eu e tentava fazer o que a Suzane faria, pensar antes de agir. Ele soltou-me e ficou ali a olhar para as águas do rio que corriam a vários metros abaixo de nós.
- Temos de voltar, ajudar os outros antes que haja mais mortes. – Dizia ele sem deixar de olhar para o fundo da falésia. – Assim que todos os Devoradores estiverem mortos ou presos vamos procura-la.
Eu apenas assenti com a cabeça, ele tinha razão, não podíamos deixar que mais ninguém fosse morto. Afastei aquele pensamento, ela não estava morta, não podia estar morta. Não demorou para que conseguíssemos acabar com aquilo, os professores já tinham começado a aparecer e já não restavam muitos Devoradores, alguns deles até já se tinham ido embora.
Quando tudo terminou, eu, Daniel e Potter fomos de vassoura percorrer todo o rio mas nem sinal da Suzane. Começou a anoitecer e ainda não tínhamos nenhum sinal dela, já começávamos a perder a esperança, eu não queria desistir mas o Daniel e o Potter tinham razão, já tínhamos percorrido aquele rio mais de cinco vezes e nada. Voltamos para o castelo e assim que chegamos Dumbledore esperava-nos, quando nos viu sem a Suzane vi os olhos do director brilharem e lágrimas silenciosas apareciam por detrás dos óculos de meia-lua.
Já não era mais seguro voltar para casa de comboio então tivemos autorização para usar as lareiras e voltar para casa. Eu não poderia voltar para minha casa, a minha família já sabia da minha traição, já sabia que eu tinha ajudado Harry Potter na luta contra os Devoradores da Morte e então fui convidado, juntamente com Daniel, para ir para a casa que o Potter tinha herdado do padrinho. Ir para a mesma casa que Harry Potter foi algo estranho para mim mas até suportável já que podia contar com Daniel e não teria de estar sempre sozinho já que o Potter, o Weasley e a Granger andavam sempre aos segredos.
Passou-se Julho sem muita agitação mas em Agosto a guerra rebentou em força. Foram dias difíceis para todos nós, eu e Daniel tentávamos o máximo que podíamos ajudar o Potter e os amigos e depois de cinco meses a guerra terminou, Voldemort foi derrotado e finalmente podíamos viver em paz. Eu não queria voltar para minha casa, apesar de os meus pais e a minha tia estarem mortos eu não iria conseguir suportar ficar naquele local enorme sozinho. Durante todos estes meses não consegui parar de pensar em Suzane, ela nem sequer tinha tido um funeral, eu não deixei. Afinal, eu ainda acreditava que ela estivesse viva, apesar de já todos pensarem o contrário, se ela tivesse um funeral era como se eu tivesse a aceitar que ela tinha morrido e eu não podia aceitar isso.

(Continua)

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