Diários Do Nosso Amor - 20. Diário de Draco

Naquela manhã Draco acordou decidido. Depois que se separou de Hermione na noite anterior ele tinha ficado a pensar durante algumas horas, não poderia pedir ajuda a apenas duas pessoas. Ele sabia que o Potter e a Weasley o ajudariam, tratava-se da protecção da melhor amiga de ambos, mas apenas três pessoas não eram suficientes, não quando se tratava do seu pai.
Lucius era capaz de tudo para proteger o sangue puro da família Malfoy e Draco sabia que nem Narcisa poderia fazê-lo mudar de ideias, mas isso não queria dizer que ela também não pudesse ajudar. Com esse pensamento Draco vestiu o uniforme, pegou no seu saco com os livros e saiu em direcção à torre das corujas. Pelo caminho ele pensava como iria explicar aquela situação à mãe.

Mãe,
Com certeza já deves saber das novidades, tenho a certeza que o pai te contou. Não sei como reagiste a elas mas peço-te para me dares uma oportunidade de me explicar. No próximo fim-de-semana vai haver o habitual passeio a Hogsmeade e eu gostaria muito que te encontrasses comigo lá.
Peço-te apenas mais um favor… Não comentes isto com o pai.

Draco

Draco releu a carta antes de a entregar a uma qualquer coruja da escola, não podia usar a dele já que não queria que o pai desconfiasse de nada. Ele ficou a ver a coruja cinzenta voar até desaparecer no horizonte. A primeira parte do seu plano estava feita, faltavam apenas mais duas.
Desceu as escadas da torre decidido a pôr em prática a segunda parte do seu plano. Foi o mais rápido possível até à entrada do dormitório de Gryffindor e escondeu-se atrás de uma estátua, se Hermione passasse ali não o poderia ver, não por enquanto. Não foi Hermione quem ele viu a sair do quadro da Mulher Gorda mas sim a pessoa que ele esperava.
- Preciso falar contigo. – Disse Draco saindo de detrás da estátua.
Ronald Weasley olhou para trás e olhou-o desconfiado. Draco estava sério e olhava o ruivo esperando a sua resposta.
- O que é que tu queres Malfoy? Fala de uma vez.
- Não aqui. Não quero que ninguém nos veja a conversar, especialmente a Hermione.
À menção daquele nome Weasley apertou os punhos mas mesmo assim seguiu o loiro até uma sala deserta.
- Fala de uma vez Malfoy. – Disse Weasley virando para o loiro atrás de si.
Draco fechou a porta e ficou em silêncio por alguns segundos, precisava de decidir se diria o que tinha a dizer de forma directa ou não. Mesmo que aquilo custa-se todo o seu orgulho, ele tinha de fazê-lo pelo bem de Hermione e do seu filho.
- Eu preciso da tua ajuda. – Disse Draco de uma só vez.
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Gargalhadas… Foi tudo o que eu ouvi depois de pôr o meu orgulho de lado e ir falar com aquele idiota do Weasley. Ele nem sequer me deu uma resposta, nem um simples “não”, nada, ele riu-se na minha cara e foi-se embora deixando-me ali com o orgulho ferido e uma placa de palhaço no meio da testa.
Lição nº 1: nunca pedir ajuda ao ex-namorado da tua namorada. Nunca acaba bem!
Enfim… A segunda parte do meu plano foi pelo cano abaixo agora só me resta a terceira, falar com o Potter e a Weasley (espero que ela não faço como o idiota do irmão).

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Draco tinha combinado com Hermione durante a aula de Transfiguração que o melhor era aproveitarem a hora antes do jantar que todos tinham livre para conversarem com o Potter e a Weasley e agora lá estava ele, encostado a uma árvore em frente ao lago à espera dos outros. Ele estava com o caderno fechado em cima das pernas estendidas e mantinha o olhar nas águas escuras do lago.
- Estamos aqui. – Disse Hermione sentando-se ao seu lado.
Ele olhou para ela e sorriu. Depois olhou para os outros dois e fez um simples aceno de cabeça. Todos já estavam sentados, Potter e Weasley de frente para os outros dois. Segundos depois, Draco resolveu quebrar o silêncio e dizer de uma vez qual era o plano dele.
- Não sei se a Hermione já vos contou sobre a carta que recebi esta manhã. – Disse ele olhando a morena e recebendo um simples aceno de confirmação. – Então, como vocês já sabem o meu pai ameaçou-me mas eu não irei ceder. Não desta vez. – Draco disse a última frase mais para si do que para os outros mas Potter, que estava em frente a ele ouviu, mas não comentou.
- Então qual é o teu plano? – Perguntou Potter bastante sério. Ele e a namorada tinham prometido fazer de tudo para proteger Hermione e o bebé.
Draco respirou fundo, olhou para Hermione que nesse momento entrelaçava os seus dedos com os dedos de Draco, talvez como uma forma de lhe dar coragem para falar com os outros dois, ela sabia o quanto aquilo estava a custar ao orgulho dele.
- Eu estive a pensar e antes de mais precisamos descobrir quem foi o idiota que contou ao meu pai sobre a gravidez da Hermione, até porque tirando os professores e nós os quatro…
- Cinco. O meu irmão também sabe lembraste?! – Disse Ginny interrompendo Draco.
- Tinha-me esquecido desse… – Draco achou melhor não continuar com aquela frase. - Bem, não interessa. Como eu estava a dizer… Além dos professores, nós os quatro e o Weasley não deveria haver mais ninguém a saber sobre isso. Então eu acho que a primeira coisa que temos a fazer é encontrar quem nos denunciou.
- Concordo! – Disse Harry olhando directamente para Draco. – Mas enquanto isso temos de manter Hermione debaixo de olho.
- Sim! – Disse Draco com um pequeno sorriso nos lábios.
Não estava a ser assim tão difícil pedir ajuda a duas pessoas que ele supostamente odiava. Afinal, ele já tinha mudado, e muito, o seu comportamento com Hermione porque não mudar também o seu comportamento para com Harry e Ginny?! Draco agora via que todas as pessoas a que foi ensinado a desprezar eram como ele, não importava o sangue, naquele momento todos estavam ali por uma mesma razão, proteger a pessoa que amavam, ainda que de maneiras diferentes, todos amavam Hermione.
Harry e Draco passaram mais alguns minutos a discutir o plano de protecção de Hermione e do bebé. Enquanto isso, as duas raparigas ficavam simplesmente a olha-los com sorrisos nos lábios. Era muito bom vê-los falar como se fossem velhos amigos e não simples conhecidos ou até mesmo antigos rivais, era bom vê-los unidos por uma causa. Parecia até que sempre tinham feito aquilo.
- E é isto. – Disse Draco passados vários minutos. – Concordam comigo?
- Sim. – Responderam os outros três ao mesmo tempo.
- Eu também concordo. – Disse alguém que naquele momento saltou de um dos troncos da árvore e fez os quatro jovens ficarem surpresos.

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