Querido diário,
Ao tempo que não pegava em ti, andei lesionada da mão direita por isso não podia escrever convenientemente mas agora vou-te contar todos os meus planos, afinal é para isso que te tenho.
Bem, durante esta semana (hoje já é domingo) andei a tentar conquistar o Draco Malfoy, e para quê? Perguntas tu, e eu digo-te: Para me vingar do paizinho e da tiazinha dele. Mas tu já estás farto de saber essa história, não escrevo nas tuas páginas outra coisa senão sobre isso. Mas continuando… O Malfoy está a cair direitinho na armadilha e estou feliz com isso, não vai demorar muito até ter acesso a informações mais detalhadas sobre Lucius Malfoy e Bellatrix Lestrange.
O pior é que há uma rapariguinha insuportável, a Pansy Parkinson, que está a tentar atrapalhar os meus planos. Não pára de andar atrás do Malfoy e isso começa a irritar-me. Tenho de dar um jeito nessa idiota antes que deite tudo a perder. Depois há também o Daniel Turner, bem esse não atrapalha em nada, para ser sincera até ajuda. Como é o melhor amigo do Malfoy está constantemente com ele e como eu ando muitas vezes com o Daniel ao mesmo tempo estou com o Malfoy o que ajuda no meu plano de seduzi-lo.
Agora vou dizer-te quais são os meus objectivos:
1. Conquistar Draco Malfoy (quase concluído);
2. Obter informações sobre os Malfoy e a Lestrange (só pode ser feito depois do primeiro objectivo estar concluído);
3. Encontrar esses dois e mata-los;
4. Proteger o Harry (prometi a mim mesma que ninguém mais faria mal ao meu primo)
5. Ir atrás do Voldemort e mata-lo também;
6. Vingança cumprida, posso ficar em paz.
Mais uma vez escrevo nestas páginas a promessa que fiz quando descobri a verdade sobre a morte da minha mãe e dos meus tios:
“Vou vingar a morte de Catherine Potter, James Potter e Lily Potter custe o que custar e vou descobrir quem foi o ser desprezível que abandonou a minha mãe depois de a engravidar de mim.”
Depois de escrever isto pousei o diário em cima da cama e saí para apanhar um pouco de sol. Fui até à mesma árvore perto do lago e sentei-me lá a olhar o lago. Depois conjurei uma viola e comecei a tocar uma melodia lenta. Estava tão distraída que nem notei que um rapaz loiro se encontrava atrás de mim a ouvir-me.
- Tocas muito bem! – Ouvi a voz do Malfoy atrás de mim e levantei o olhar para ele.
Ele sentou-se ao meu lado e ficamos em silêncio a contemplar o lago durante algum tempo até que ele voltou a falar.
- Porque não acompanhas a melodia com a tua voz. – Disse ele virando a cabeça para mim a sorrir. – Tenho a certeza que cantas bem.
Eu fiquei um pouco a olhar para ele e depois olhei de novo para o lago e comecei novamente a tocar a mesma melodia mas desta vez cantei também.
Look at me
(Olha para mim)
You may think you see
(Tu podes pensar que vês)
who I really am
(quem eu realemente sou)
But you'll never know me
(Mas tu nunca me conhecerás)
Every day, it's as if I play a part
(Todos os dias, é como se eu representasse um papel)
Now I see
(Agora eu vejo)
If I wear a mask
(Se eu usar uma máscara)
I can fool the world
(Posso enganar o mundo)
But I can not fool
(Mas não posso enganar)
my heart
(O meu coração)
As palavras saíam sem que eu pensasse nelas, fluíam livremente. Malfoy olhava para mim sério mas eu permanecia a olhar o lago, sem coragem de o olhar nos olhos.
Who is that girl I see
(Quem é esta rapariga que eu vejo)
Staring straight back at me?
(A olhar-me por trás)
When will my reflection show
(Quando é que o meu reflexo vai mostrar)
Who I am inside?
(Quem eu sou por dentro)
Enquanto cantava esta última parte eu fixava mais ainda as águas paradas do lago vendo o meu reflexo e o reflexo do Malfoy que permanecia na mesma posição, talvez a pensar no que estava a ouvir, talvez já entendendo o seu significado.
I am now
(Eu estou agora)
In a world where I have to
(Num mundo onde eu tenho)
hide my heart
(de esconder o meu coração)
And what I believe in
(E aquilo em que acredito)
But somehow
(Mas de alguma forma)
I will show the world
(Eu vou mostrar ao mundo)
What's inside my heart
(O que está dentro do meu coração)
And be loved for who I am
(E ser amada pelo que sou)
Voltei a olhar para o lago mas desta vez o Malfoy fez o mesmo, e enquanto eu continuava a cantar ele ficou ali a olhar para o nosso reflexo na água.
Who is that girl I see
(Quem é esta rapariga que eu vejo)
Staring straight back at me?
(A olhar-me por trás)
Why is my reflection
(Porque é que o meu reflex)
someone I don't know?
(é alguém que eu não conheço)
Must I pretend that I'm
(Devo finger que sou)
Someone else for all time?
(alguém para sempre)
When will my reflection show
(Quando é que o meu reflexo mostra)
Who I am inside?
(quem eu sou por dentro)
Agora eu olhava directamente para ele e ele desviou o olhar do lago e fixou também o olhar em mim. Eu não sabia quanta informação das entrelinhas ele tinha descoberto, mas eu não conseguia parar, não agora que começara.
There's a heart that must
(Há um coração que)
be free to fly
be free to fly
(tem de ser livre para voar)
That burns with a need
That burns with a need
(Que arde com a necessidade)
to know the reason why
to know the reason why
(de saber o porquê)
Why must we all conceal
Why must we all conceal
(Porque todos nós devemos esconder)
What we think
What we think
(O que pensamos)
How we feel
How we feel
(Como nos sentimos)
Must there be a secret me
Must there be a secret me
(Deve haver um segreto “eu”)
I'm forced to hide?
I'm forced to hide?
(Eu sou forçada a esconder?)
I won't pretend that I'm
I won't pretend that I'm
(Não quero finger que sou)
Someone else
Someone else
(outra pessoa)
For all time
For all time
(para sempre)
When will my reflection show
When will my reflection show
(Quando é que o meu reflexo mostra)
Who I am inside?
Who I am inside?
(quem eu sou por dentro)
When will my reflection show
(Quando é que o meu reflexo mostra)
Who I am inside?
Who I am inside?
(quem eu sou por dentro)
Parei de tocar e de cantar e fiquei ali a olhar para ele. Ficamos em silêncio até que ele falou.
- É melhor irmos jantar. – Disse ele levantando-se e estendendo uma mão para me ajudar.
Eu fiz a viola desaparecer e segurei a mão dele e ele puxou-me para me levantar e depois fomos até ao hall de entrada de mãos dadas. Quando chegamos à porta que dava entrada para o Salão Principal ele largou-me a mão e sorriu dirigindo-se para perto do Daniel. Eu segui-o e sentei-me do outro lado de Daniel. Depois concentrei-me apenas na comida, queria tanto saber o que o Malfoy tinha entendido da música mas ele mantinha a mente fechada, não me deixando penetrar nos seus pensamentos.
- Então onde é que vocês andaram? – Perguntou o Daniel enquanto nos dirigíamos para o salão comum.
- Estivemos perto do lago, no sítio do costume. – Disse eu olhando para Daniel a sorrir.
- E ela esteve a cantar. – Disse o Malfoy sem desviar o olhar do caminho.
- Cantar? – Disse Daniel surpreso olhando para Malfoy e depois olhou para mim. – Não sabia que cantavas.
- Ora Daniel, diz-me alguma coisa que ela não saiba fazer. – Disse o Malfoy e depois foi sem mais conversas para o dormitório.
Eu e o Daniel ficamos a vê-lo desaparecer e depois o Daniel olhou para mim confuso. Eu olhei para ele e sorri.
- Não acredites em tudo em que ele diz.
- Ele mentiu? Tu não cantaste? – Perguntou Daniel mais confuso.
- Oh eu cantei, não estava a falar disso. Estava a referir-me à parte de eu saber fazer tudo. Eu sei quase tudo, não tudo. – Depois sorri de lado e dei-lhe um beijo na face. – Até amanhã.
Fui para o dormitório e quando lá cheguei não encontrei o diário no sítio onde estava. Tinha desaparecido. Eu fiquei completamente apavorada. Tinha de encontrar o diário o mais rápido que conseguisse.
- Mas porque é que eu coloquei no diário um feitiço para que não pudesse ser convocado? – Gritei para mim mesma completamente apavorada.
Procurei o diário pelo quarto todo, saí e fui até à sala comum revirar tudo à procura dele.
- Raios onde é que se meteu aquele diário idiota?
- Estás a falar sozinha? – Ouvi o Malfoy perguntar atrás de mim o que me fez dar um salto de surpresa.
- Malfoy, assustaste-me. – Disse tentando acalmar-me.
- Andas à procura de alguma coisa? – Perguntou ele levantando uma sobrancelha.
- Hum… Sim. Perdi um caderno. – Disse tentando disfarçar o meu pavor.
- Ok, se eu o vir aviso. – E depois de falar voltou para o dormitório.
Eu fiquei por ali a vasculhar cada canto daquela sala e depois voltei para o quarto procurando novamente em cada canto. Não adiantava de nada convocar o diário mas mesmo assim tentei. Depois tive de me render às evidências. Alguém tinha ido ao meu quarto, apanhou o diário (que me esqueci de proteger com o feitiço habitual) e agora deve estar a lê-lo e sabe-se lá o que irá fazer com ele.
- Eu vou matar quem me roubou o diário. – Gritei para o quarto vazio.
Foi com este pensamento que eu me deitei mas não conseguia adormecer. Estava demasiado apavorada para isso, afinal alguém tinha descoberto todos os meus segredos e isso não era bom, mesmo nada bom.
(Continua)
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