Draco já se encontrava na mesa de Slytherin no salão principal. Aquela tinha sido uma noite bem dormida e ele sentia-se óptimo para o primeiro dia de aulas. Os restantes alunos começaram a entrar e no meio deles estava a rapariga dos seus pensamentos. Ele observou-a por breves instantes e conseguiu notar que ela parecia tensa enquanto segurava a mão do ruivo ao seu lado. Enquanto a observava notou que ela olhou na sua direcção mas logo desviou o olhar corando.
- Estranho. – Pensou para consigo. – O que será que ela tem? Ah quem se importa.
Draco repreendeu-se mentalmente por ter pensado aquilo e começou a comer a torrada que tinha no prato à sua frente. O resto da refeição pareceu correr tranquilamente, ou teria corrido se Pansy Parkinson não estivesse sempre agarrada ao braço de Draco. Assim que terminou de comer levantou-se da mesa saindo do salão principal em direcção à sala de Transfiguração. McGonagall apesar de ser a directora da escola decidiu continuar a dar aulas e continuava também a ser a directora de Gryffindor.
Não demorou muito para que mais alunos chegassem àquele corredor e um desses alunos era Granger o que deixou Draco um pouco irritado. Olhou a morena pelo canto do olho, ela parecia mais estranha que o normal. Reparou que mais uma vez ela olhou na sua direcção mas que desviou o olhar corada. Aquilo estava-o a deixar curioso, afinal porque é que ela corava tanto?
McGonagall logo abriu a porta dando passagem para que os alunos entrassem. Draco escolheu uma mesa no fundo da sala, queria ficar sozinho e também observar a dona dos seus pensamentos. Ele pegou no caderno que tinha guardado na mochila, desfazendo o feitiço e logo começou a escrever.
«»«»«»«»«»
A Granger está estranha, não que ela não seja estranha de natureza mas hoje está mais ainda. Apanhei-a duas vezes a olhar para mim e das duas vezes desviou o olhar, claro que isso não é estranho, o estranho é que ela corou, ou melhor virou quase um pimentão. O que se passa com aquela Gryffindor? Mulheres, nunca as hei-de compreender.
Olhei agora para a frente e apanhei mais uma vez a Granger a olhar para mim e corar. Estou cada vez mais curioso para saber o que ela está a pensar porque para corar daquela forma coisa boa não deve ser.
Ah não… Acho que se fez luz na minha cabeça. Não me digam que a Granger anda a sonhar comigo? E para corar sempre que olha para mim, sonho bom não deve ser (quer dizer até pode ser bom mas eu não quero saber pormenores, ou quero?). Agora é que eu tenho de descobrir, tem mesmo de ser.
E antes que me esqueça de referir… Eu folheei as poucas páginas deste caderno idiota (continuo a achar diário muito gay) e descobri que escrevi ali um “adeusinho” ridículo. Por favor não me culpem… Têm de perceber a situação em que eu estava, tinha acabado de tomar um banho gelado para esfriar as ideias mas isso não deu muito resultado, logo eu não estava no meu perfeito juízo. E que fique bem claro, EU NÃO SOU GAY.
«»«»«»«»«»
Draco fechou o caderno e começou a prestar atenção na aula. Percebeu que McGonagall pretendia mandar fazer um trabalho em duplas e para maior irritação as duplas seriam de um aluno de cada equipa, isto é, um Slytherin junto com um Gryffindor. Ele ficou atento às duplas que McGonagall organizava e arregalou os olhos de surpresa quando percebeu que a sua dupla seria nada mais, nada menos do que a Granger.
O seu espanto logo passou dando lugar a uma certa alegria. Assim seria mais fácil obter as informações que queria dela. Afinal ele estava muito curioso para saber o motivo dela corar tanto.
«»«»«»«»«»
Isto está a correr melhor do que eu pensava. Neste momento a Granger está sentada aqui ao meu lado, ainda continuamos na sala de aula mas a McGonagall quer que as duplas se sentem já juntas. Estranho é a Granger estar tão afastada, eu acho que se a mesa tivesse uns dois metros ela estaria lá na ponta, dois metros longe de mim. Chega até a ser divertido porque sempre que eu me mexo um pouco na cadeira ela fica tensa e quase cai da cadeira dela para se tentar afastar. Se eu achava que a Granger era estranha, isto agora superou qualquer coisa.
Ela neste momento está a olhar para mim, deve estar a pensar que eu não reparo nisso. Acho que vou tentar irrita-la um pouquinho, esta aula está a ser muito chata.
«»«»«»«»«»
- Porque estás a olhar para mim? – Perguntou Draco olhando para ela enquanto fechava o caderno.
- Na…Nada. – Gaguejou ela sem olhar para ele.
- Se não é nada porque estavas a olhar para mim e agora estás corada? – Perguntou ele com um sorriso no canto dos lábios.
- Eu não estou corada. – Respondeu ela virando a cara para o lado.
Ele ficou uns segundos em silêncio apenas olhando para ela. Definitivamente ela estava corada, não tinha como negar, e isso fê-lo sorrir.
- Então olha para mim. – Disse ele levando a mão ao rosto dela fazendo-a encara-lo.
Ela estremeceu ao toque dos dedos gelados dele e sentiu a face escaldar ainda mais. Quando ele a forçou a virar o rosto para na sua direcção ela não conseguiu olha-lo nos olhos, as imagens do seu sonho surgiram na sua mente.
- Olha para mim. – Repetiu ele forçando mais ainda o rosto da jovem na sua direcção.
Hermione não teve hipótese senão olhar para os olhos azuis acinzentados dele o que fez as imagens passarem mais rapidamente na sua mente tornando a face da jovem mais vermelha. Draco olhava-a nos olhos e usando os seus ensinamentos em Legilimância invadiu a mente da Gryffindor, ele só não esperava ver o que viu.
- Não acredito que andas a ter esses sonhos comigo. – Disse ele com um sorriso malicioso nos lábios.
Hermione afastou-se bruscamente e a sua face ficou completamente vermelha e a escaldar. Ele não devia saber daquilo, não era justo ele ter invadido a sua mente sem autorização. Draco ia dizer mais alguma coisa mas foi interrompido pelo sinal que anunciava o final da aula. Hermione arrumou as suas coisas com pressa e saiu quase a correr da sala, sentia-se envergonhada por Draco ter visto os seus pensamentos.
(Continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário