Eu ainda não acredito que eu fiz mesmo aquilo. Eu realmente não me aguentei e fui para a cama com a Granger. O pior de tudo é que eu adorei e voltaria a repeti-lo mas eu não posso, não posso mesmo. Meus Deus, como aquela gryffindorzinha me enlouquece.
Eu só me arrependo de ter dito aquilo antes de a deixar lá sozinha. E o mais estúpido é que eu nem sequer fui capaz de olhar para ela naquele momento, o que se passa comigo? Porque é que eu não fui capaz de a olhar nos olhos antes de sair daquela sala? Raios, até parece que é a primeira vez que passo a noite com uma rapariga. Ok, tudo bem, tenho de admitir que com a Granger foi diferente, nunca tinha sentido tanto prazer antes.
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Draco foi interrompido por Zabini que não parava de o chamar. Ele olhou para o colega de quarto sem fechar o caderno, esperando que o outro dissesse alguma coisa.
- Credo Draco parece que estás na lua. – Disse Blaise olhando com curiosidade para Draco. – O que tanto escreves aí?
- Nada que te interesse. – Respondeu Draco de mau humor fechando o caderno e metendo-o dentro da mochila.
- Fogo parece que acordaste com os pés de fora.
Draco não estava com humor para ficar ali de conversa com Blaise e então decidiu ir indo para o salão principal.
Ele tinha chegado ao quanto pouco tempo antes de Blaise acordar, dando apenas tempo de tomar um banho bastante rápido. Draco queria tirar o cheiro do perfume de Granger do seu corpo pois aquele cheiro doce estava a atormenta-lo. Ele foi caminhando calmamente pelos corredores do castelo e quando estava quase a chegar à porta do salão principal ouviu aquela voz que tanto o irritava antigamente. Parecendo uma criança que tinha feito alguma asneira, Draco escondeu-se atrás de uma das estátuas para que não pudesse ser visto.
- Ron, eu já te disse que quando cheguei ao salão comum tu estavas a dormir e eu estava tão cansada que nem sequer pensei em acordar-te. – Dizia a Granger com um tom de voz que parecia suplicar para que o ruivo acreditasse nela.
- Mesmo assim Hermione, tu poderias ter-me acordado. – Dizia o Weasley manhoso aproximando-se da namorada e abraçando-a pela cintura. – Eu começo a ter saudades tuas.
No momento a seguir Draco não aguentou mais ver aquela cena, não sabia porquê mas ver o Weasley tão perto da morena deixava-o com o sangue a ferver.
- Parece que o casalzinho acordou com muitas saudades um do outro. – Disse Draco sarcástico enquanto se aproximava dos outros dois. – Mas por favor, arranjem antes um quarto porque ver estas coisas deixa-me enjoado.
A morena olhou-o como se não acreditasse que era mesmo ele que estava a dizer aquilo e Draco quando viu o olhar magoado dela teve vontade de lhe pedir desculpas mas não o fez, nunca o faria, não à frente do Weasley.
- Vai ver se estamos na esquina Malfoy. – Respondeu Weasley antes de puxar a namorada pela mão em direcção ao salão principal.
Draco ficou ali parado a vê-los afastarem-se com uma vontade enorme de ir lá roubar a morena para ele. Não percebia porque se sentia daquele jeito, tinha sido apenas uma noite, uma única noite de puro desejo que tal como ele mesmo disse “não passou de um sonho real”, um sonho que não voltaria a tornar-se realidade.
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Já passou uma semana desde aquela noite e eu não consigo esquece-la, isto está a tornar-se insuportável. Vê-la todos os dias com aquele pobretão como se nada tivesse acontecido deixa-me completamente irritado, a minha vontade é ir lá e leva-la de novo para aquela sala, fazê-la voltar a gemer o meu nome, voltar a ver nos olhos dela o brilho do prazer. Raios, o que se passa comigo? Acho que fiquei completamente louco.
Na noite seguinte aquela nós voltamos a encontrar-nos na biblioteca por causa do trabalho de transfiguração e o modo frio como ela me olhou fez-me perceber que eu a tinha magoado com as minhas palavras rudes e isso deixou-me completamente destroçado.
Eu não entendo o que se passa comigo mas eu tenho a necessidade de estar perto dela, de olhar para ela, de ouvir a voz dela. Mas porque é que agora tudo na minha vida se resume a ela? Porque é que Hermione Granger não sai da minha mente? Raios, eu acho que estou… Não claro que não, isso é impossível, eu nunca sentiria tal coisa por uma sangue de lama. Ou será que sentiria?
Argh eu estou a ficar louco e a culpa é daqueles olhos castanhos, daqueles lábios vermelhos, daquele corpo, a culpa é toda dela.
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Draco fechou o caderno com violência e atirou-o para longe naquela biblioteca vazia. Mais uma vez tinha ficado ali sozinho depois que ela, a dona dos seus pensamentos, tinha ido embora após terminarem mais um trabalho em grupo. Ele apoiou a cabeça nas mãos fechando os olhos, sentia-se completamente confuso com tudo o que se passava pela sua cabeça e não sabia o que mais fazer para afastar todos aqueles pensamentos, todas aquelas sensações e todos aqueles sentimentos desconhecidos de dentro dele.
Levantou-se e saiu da biblioteca pensando unicamente em tomar um pouco da poção para dormir e esquecer tudo o resto. Draco, saiu tão absorto nos seus pensamentos que nunca mais se lembrou do caderno que tinha atirado para longe.
Minutos depois Hermione Granger entra apressada na biblioteca, tinha-se esquecido do livro de transfiguração ali e enquanto caminhava até à mesa onde antes estava com o loiro tropeça em alguma coisa que estava no chão.
- Mas o que raio?! – Resmungou a morena tentando manter o equilíbrio e pegando no caderno de capa preta velho do chão. – O que será isto?
Ela não contendo a curiosidade folheou as poucas páginas escritas reconhecendo a letra fina e elegante.
- Draco. – Sussurrou a morena antes de fechar o caderno colocando-o na mochila junto com o seu livro.
(Continua)
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