- Okaa-san! – Gritava Azumi correndo ao encontro da mãe.
Sakura virou-se em direcção à pequena filha, estava muito zangada com ela, queria gritar com ela, castiga-la mas tudo o que conseguiu fazer quando Azumi chegou perto dela foi abraça-la com força, chorando de alegria por ela estar bem.
- Nunca mais voltes a fazer isto Azumi. – Dizia Sakura olhando nos olhos negros da filha. – Nunca mais ouviste bem?
Azumi apenas assentiu com a cabeça e olhou para trás, em direcção onde antes estava Sasuke, mas este não se encontrava mais lá. Sakura ligou a Naruto, dizendo que estava tudo bem e depois voltaram para casa. Azumi decidiu não contar nada sobre o misterioso homem que a ajudara, ela estava muito desconfiada, já tinha ouvido aquele nome antes, não conseguia era lembrar-se onde.
Depois daquele dia Azumi decidiu que iria todos os dias ao mesmo local onde o tinha encontrado, não iria desistir até voltar a encontra-lo. Alguns dias depois e com muito custo ela conseguiu convencer a ama a ir com ela até ao local onde o tinha encontrado.
Já era quase final da tarde e enquanto Megumi, a sua ama, lia um livro sentada num dos bancos daquele jardim, Azumi andava de um lado para o outro procurando o misterioso homem.
- Eu acho que tu fazes de propósito para te perderes da tua mãe.
Azumi olhou para trás a sorrir, finalmente ele tinha aparecido. Ele sorriu-lhe também e abaixou-se para que ficassem à mesma altura, colocando-lhe uma mão na cabeça.
- Eu não estou perdida. Ela está comigo. – Disse apontando para a mulher que se encontrava num banco não muito longe. – A Megumi-san é minha ama e eu pedi-lhe para vir até aqui comigo.
- E porque pediste isso? – Ele olhava com uma sobrancelha erguida.
- Porque naquele dia eu não pude agradecer pela ajuda e a minha mãe sempre me disse que eu tinha que agradecer às pessoas quando elas me ajudassem.
- E a tua mãe tem toda a razão. – Sasuke sorriu e levantou-se.
- Sasuke-san?! – Disse ela olhando-o. – O senhor não conhece a minha família?
- Talvez conheça, se me disseres quem são.
- Uchiha.
- Bem, eu acho que todo o Japão conhece a tua família. – Disse ele olhando-a desconfiado. – Mas porque queres saber isso?
- É que… - Ela não sabia como dizer aquilo. Olhou para o chão e depois voltou a olha-lo séria. – É que eu já ouvi o seu nome lá em casa mas quando eu perguntei quem era a minha mãe disse para eu nunca mais voltar a falar sobre isso.
- Talvez tenha sido alguém que a magoou e ela não queira falar sobre ele. – Disse ele ajoelhando-se em frente a ela. – Agora eu vou ter de ir Azumi-chan.
- Hai!
Sasuke beijou-lhe a face e depois afastou-se dela. Azumi ficou surpresa, à excepção da mãe e da avó mais ninguém costumava dar-lhe esse tipo de carinho.
- Sasuke-san! – Ela gritou, fazendo tanto Sasuke como Megumi olharem para ela. Azumi corou um pouco e depois disse de uma só vez como se caso não o fizesse dessa forma a coragem fosse embora – Se eu tivesse um pai gostava que ele fosse como tu.
Sasuke não sabia o que dizer sobre aquilo, apenas sorriu e continuou o seu caminho.
- Azumi-chan, quem é aquele homem? – Perguntou Megumi ao seu lado.
Ela simplesmente sorriu e segurou a mão de Megumi puxando-a para que fossem para casa, não deveria faltar muito para que a mãe voltasse do emprego e Sakura gostava de ver a filha quando chegava depois de um longo dia no hospital.
Os dias foram passando e Azumi passava praticamente todo o dia no quarto da mãe sem que esta soubesse. Precisava encontrar alguma coisa que lhe desse uma pista de quem era o Sasuke que ela ouvira a mãe e a avó falarem à tempos atrás. Azumi revistava todas as gavetas com minúcia até que quase uma semana depois ela encontrou uma fotografia da mãe com um jovem de cabelo negro rebelde. A pequena Azumi olhava a fotografia com atenção e conseguiu ver algumas semelhanças entre aquele jovem e o homem que a ajudara dias atrás.
Ela escondeu a fotografia no bolso das jeans que usava, sabia quem a poderia ajudar. Saiu do quarto fechando a porta atrás de si e desceu as escadas a correr chamando a ama.
- Megumi-san! Megumi-san!
- O que se passa Azumi-chan? – Perguntou a senhora espreitando pela porta da cozinha.
- Eu quero ir ver o Itachi-ojisan. Onegai! – Disse Azumi quando chegou perto da ama.
- Mas assim de repente?! Ele está a trabalhar Azumi-chan.
Azumi olhou para o chão, e manhosa como ela era, fingiu estar a chorar. Aquilo convencia sempre a ama a fazer o que ela queria, claro que já não resultava com a mãe e a avó mas a ama fazia sempre o que ela queria.
- Está bem! Está bem! Vou pedir ao motorista para nos levar até à empresa. – Disse Megumi já se virando para a porta de saída.
Azumi sorriu e correu para fora da casa em direcção ao carro. Ela tinha a certeza que o tio a iria ajudar, ele sempre foi como um pai para ela. Apesar de serem apenas trinta minutos de viagem até às empresas Uchiha, para Azumi pareceu uma eternidade. Ela estava muito ansiosa para descobrir quem era aquele jovem da fotografia.
Quando o carro parou em frente ao grande edifício onde o tio trabalhava ela saiu do carro a correr sem sequer prestar atenção aos gritos de Megumi pedindo para que esperasse. Azumi correu até ao elevador, sabia perfeitamente o caminho até ao escritório do tio, já tinha percorrido aqueles corredores diversas vezes. Quando a porta do elevador abriu ela viu um homem de cabelos e olhos negros sair de lá. Azumi nunca tinha visto aquele homem ali mas sabia que era um elemento da sua família pois todos os homens da família usavam o símbolo da família Uchiha bordado no lado esquerdo do fato.
Azumi viu-o sair e ainda olhando para o estranho homem entrou no elevador. Antes das portas se fecharem pôde ainda ouvir Megumi cumprimenta-lo. Madara, era esse o nome daquele estranho homem. Um arrepio involuntário percorreu o corpo da pequena Azumi quando os olhos negros de Madara fixaram os seus até as portas do elevador fecharem e este começar a subir.
Assim que o elevador parou no décimo oitavo andar e as portas se abriram Azumi correu para o gabinete do tio e sem bater à porta entrou, correndo para os braços de Itachi que ficou surpreso por ver a sobrinha ali. Ficaram alguns segundos em silêncio, Azumi não sabia porquê mas estava com medo daquele homem que vira no elevador.
- O que se passa pequena? – Perguntou Itachi pegando na sobrinha e sentando-a no seu colo.
- Estava com saudades tuas. – Disse Azumi a sorrir fingindo estar bem.
Itachi olha para ela desconfiado mas sorri-lhe também. Se fosse algo grave Azumi contar-lhe-ia, então não tinha de se preocupar.
- Ojisan… - Começou Azumi enquanto pegava na fotografia que tinha dobrada no bolso. – Eu gostava de saber quem é ele.
Azumi apontou para o jovem da fotografia e Itachi olhou para aquela imagem com um olhar surpreso.
- Com que então saudades minhas hã! – Itachi sorriu e passou a mão no cabelo negro de Azumi despenteando-o um pouco. Depois ficou sério e continuando a olhar a fotografia falou mais para si do que para Azumi. – Hum… Eu não sei se posso contar.
- Onegai ojisan! – Azumi olhava fixamente nos olhos de Itachi e este suspirou tirando a fotografia da pequena mão de Azumi e ficando alguns segundos mais a observa-la.
- Este é Sasuke, o meu ototo. Ele morreu antes de tu nasceres. É por isso que a tua mãe não gosta de falar sobre o teu pai. Entendes?
Azumi olhou a fotografia mais uma vez e balançou a cabeça confirmando. Tal como ela desconfiava, aquele era o seu pai e ele estava morto. Uma pequena lágrima escorreu pela face de Azumi.
- Não chores pequena. – Disse Itachi limpando as novas lágrimas que escorriam pela face da sobrinha. – Eu não te contei isto para que ficasses triste.
Ela sentia-se destroçada. Sempre pensou que o pai tinha fugido, que ele a tinha abandonado mas saber que ele tinha morrido… Agora não havia hipótese alguma de encontrar o pai.
- Sasuke! – Ela sussurrou e o seu coração acelerou com aquela possibilidade. – Ojisan eu acho que ele não morreu.
- Como não morreu Azumi?! – Itachi estava confuso e olhava-a de olhos arregalados. – O que queres dizer com isso?
Azumi pegou na fotografia e observou-a melhor. Os mesmos olhos negros, os mesmos cabelos negros rebeldes, os mesmos traços faciais, mas agora mais maduros. Tinha de ser!
- Eu acho que encontrei o meu pai. – Disse Azumi enquanto saltava para o chão e puxava a mão de Itachi. – Vem comigo. Eu vou mostrar-te o meu pai.
Itachi estava confuso com tudo que se estava a passar mas a curiosidade em saber de quem Azumi falava era grande e ele não resistiu em acompanhar a sobrinha, para onde quer que ela fosse. Afinal, o corpo de Sasuke nunca tinha sido encontrado, certo?
(Continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário