“Eu vou ser pai”, é o que a minha mente repete a cada minuto. Não vou dizer que no início gostei da ideia, eu fiquei em choque, ainda para mais sabendo da notícia assim tão de repente, mas agora só consigo sorrir ao lembrar-me disso.
Hermione também parece feliz, é claro que também ficou em choque mas isso é normal, nenhum de nós esperava por isso. A Weasley parecia radiante quando foi buscar Hermione à enfermaria e o Potter, que foi com a ruiva, tinha uma expressão indecifrável, não consegui perceber o que ele achava da notícia, afinal ele mais do que ninguém foi apanhado de surpresa porque nem sequer sabia que eu e Hermione nos tínhamos envolvido.
Mas agora que consigo pensar mais claramente no assunto vejo que nem tudo será um mar de rosas. Os meus pais vão odiar a ideia de terem um neto que não seja de sangue puro e eu sinceramente temo por Hermione e pelo meu filho.
“Meu Filho”, é tão bom dizer isso, é tão bom sentir que há um serzinho frágil que me une a Hermione. Eu não estou feliz apenas porque vou ter um filho, eu estou feliz porque esse filho também é da Hermione. Eu vou ter um filho com a mulher que eu um dia julguei odiar mas que agora eu sei que nunca senti isso por ela, agora eu sei que não poderia viver feliz sem tê-la perto de mim, sem sentir o seu amor.
Amor… Aí está um sentimento que eu nunca pensei vir a sentir. Não poderia estar mais enganado. Eu amo Hermione. Amo o seu jeito mandão, amo o seu sorriso… Amo tudo nela. Eu nunca disse que a amo mas ela sabe, ela sente que eu a amo e eu não sei como é que não a amei antes.
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Draco fecha o seu caderno e sorri. Não conseguia parar de sorrir desde que tinha aceitado a sua nova condição de futuro pai. Mas ele tinha medo que a sua súbita felicidade fosse passageira. Tinha medo que os seus pais não aceitassem Hermione e a criança. Tinha medo que os amigos dela não aceitassem bem a notícia e ela ficasse triste com isso. Mas ele não a deixaria, nunca a iria abandonar, muito menos agora.
Ele escondeu o seu caderno, como fazia sempre, debaixo do colchão mas não sem antes o colocar sobre um feitiço. Virou-se de lado na cama tentando adormecer mas o sono não vinha, a sua felicidade tinha espantado o pouco sono que ele tinha. Draco deu várias voltas na cama até que encontrou uma posição confortável e finalmente conseguiu adormecer.
Na manhã seguinte o loiro acordou com os seus companheiros de quarto a andarem pelo quarto, já eram horas de se levantar e ir para as aulas. Draco levantou-se empolgado, queria ir ter com Hermione, saber como ela tinha passado a noite e, principalmente, saber como estava a situação dela com os amigos. Tomou um banho rápido assim que conseguiu entrar no wc e de seguida saiu para o Salão Principal. Quando lá chegou os seus olhos varreram a mesa dos Gryffindor e para felicidade do loiro lá estava Hermione. Draco foi-se aproximando da mesa e a sua felicidade só aumentou ao ver que Hermione ria juntamente com a Weasley e o Potter.
- Bom dia! – Disse o loiro quando já se encontrava atrás de Hermione.
A morena virou-se a sorrir para ele. Agora não havia mais motivos para esconder a relação de ambos, mais tarde ou mais cedo todos no castelo saberiam. Draco puxou Hermione gentilmente até ele e deu-lhe um beijo delicado nos lábios. Todos os que se encontravam no Salão olhavam a cena chocados, nunca esperariam ver aquilo. A Weasley sorria, sabia que a amiga estava feliz e sentia que Draco iria proteger Hermione de qualquer coisa, ela sabia que ele amava a morena. Potter ainda estava um pouco receoso com tudo aquilo mas ver que Draco tinha assumido o namoro com Hermione perante toda a escola deixou-o um pouco mais aliviado.
Draco e Hermione estavam felizes. Passavam todo o tempo que podiam juntos e muitas vezes Potter e a Weasley juntavam-se a eles. Draco já não tentava irritar os outros dois e eles por sua vez faziam o mesmo. Quem visse poderia até dizer que eles se tinham tornado amigos. Os dias foram passando e duas semanas depois a felicidade de Draco foi abalada, aquilo que ele mais temia aconteceu, Lucius já sabia da gravidez de Hermione e deixou bem claro na pequena carta que enviou a Draco que não gostou absolutamente nada daquela notícia.
Draco,
Como foste capaz de engravidar uma sangue de lama e ainda para mais a amiguinha do Potter?! Como é que tiveste coragem sequer para te envolveres com ela?! Eu não quero essa criança a manchar o bom nome da família Malfoy. Não quero uma criança de sangue impuro na minha família.
Draco, se tu não resolveres esse assunto podes ter a certeza que eu irei resolve-lo à minha maneira.
Lucius
O maior medo de Draco estava ali explicito naquelas poucas palavras do pai e agora ele teria de proteger Hermione e o filho contra aquelas ameaças.
(Continua)
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